quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Eliane Greice Davanço Nogueira



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MEMORIAL DE FORMAÇÃO



A cena se passa após o término do primeiro dia de aula, na saída de uma escola dirigida por religiosas, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais. A mãe, um pouco tímida e com ares de preocupação, no meio do tumulto típico das saídas de escolas, dirige-se à freira e diz:

– Irmã, vim buscar minha filha que está estudando no prezinho.

A religiosa pergunta pelo nome da criança.

– Eliane Greice.

E a professora informa:

– Mas esta criança já se foi com a irmã dela!

A mãe, aflita, rebate:

– Ela não tem irmãos, é filha única!

A partir de então é só alvoroço e aflição, a mãe descrevendo a filha repetidas vezes como uma criança de olhos grandes, cabelos compridos e lisos, bastante esperta e falante. A freira lembra-se perfeitamente da pequena, mas lembra-se, também, que, no meio da confusão de crianças, ela disse que iria embora com sua irmã. E foi.

As duas, mãe e religiosa, passaram a procurá-la pelas ruas próximas da escola e a anunciar seu desaparecimento num serviço de alto-falante que existia na praça da cidade. Numa calçada, encontraram, então, sua lancheira ainda com o guaraná ‘caçula’ da Antarctica sem ter sido consumido.

A essa altura dos acontecimentos, a mãe era choro só, o pai já havia entrado, também, na história e, com sua bicicleta, resolveu ir até em casa – pelos seus cálculos, se ela tivesse pensado como ele, já estaria lá àquela hora.

Para alívio de todos, o pai estava certo. A Greicinha – como ele carinhosamente me chamava – encontrava-se em casa e, quando indagada do porquê de sua atitude, respondeu:

– Todas as minhas colegas diziam para a professora que iam embora com suas irmãs, aí eu falei isso também.

E sobre a lancheira abandonada na calçada, argumentou:

– Estava pesada demais!

(...)

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